sábado, 23 de abril de 2016

Álbum





Lembro, ainda adolescente, que eu tinha o sonho e "adoraria" conhecer e ter amizades com os meus ídolos. Fato normal para a idade e os sonhos de um jovem imaturo e sonhador. O tempo foi passando e com ele a vontade foi diminuindo. Engraçado, não? Tudo fruto do meu medo da desconstrução de tudo aquilo que "eu juntei com o meu esforço" imaginário.

Alguns ídolos eu tive o prazer de dar um alô, de apertar as mãos e trocar umas ideias. Outros, cheguei perto. Mas a distancia de uns ou a proximidade com outros sempre me assustou da mesma forma.

Os dias foram passando e aquele adolescente começou a se retrair ainda mais: na mesma velocidade em que se assustava com o comportamento de vários personagens com que tive o desprazer de conviver, e o prazer de me afastar. Se bem que vale o ditado: "o que não te mata, fortalece."

O processo de destruição de uma imagem sempre me chamou muito a atenção. Funciona com um álbum de figurinhas que a gente já começa (na vida) com ele completo: repleto de amigos, parceiros, amores, colegas, orgulhos e imagens que irão ficar "para sempre", durantes o sempre que durar. O ruim é que, esse "sempre" é muito passageiro e não é para sempre! Sempre acaba.

Assim como completar o álbum (no caminho certo da vida) é interessante, administrar as perdas (das figuras dos álbuns) também é.



sexta-feira, 15 de abril de 2016

catarse





*Ligue o play do vídeo abaixo e leia o texto em seguida.

Chorar nem sempre é ruim. Não sei quem inventou essa história. Chorar coloca para fora várias mazelas e ajuda o nosso motor na descarga de energias ruins ou, em outras formas, na alimentação do universo por sentimentos. É uma simples troca.



"Vire a página
Talvez nós acharemos um novo final
Onde estamos dançando em nossas lágrimas."


Qual o motivo de falar do choro? Bom, essa semana eu pude perceber a responsabilidade que tenho (mesmo sem ter programado para minha vida) de digitar palavras carregadas de sentimentos. No caso em tela, sobre o futebol.

Recebi inúmeras respostas de pessoas que leram alguns textos, em um site que alimento diariamente, com notícias, artigos e resenhas sobre dois amores que a vida me deu: o futebol e o Sport.

 

Não sabia que quando escrevia e me derrubava em lágrimas, outras tantas pessoas seguiam no meu barco e sentindo a mesma carga de emoção de quando escrevia. Isso é muito interessante, pois a energia de boas lembranças fizeram outras tantas se tocarem. Esses leitores nem de perto viveram o momento que descrevia em parágrafos. É um retorno que não tem preço. Saber que em algum momento, em algum lugar do mundo, o leitor está te enviando boas vibrações e abrindo o seu coração para você, mesmo que indiretamente.

Contudo, e muito melhor, é seguir na contramão de uma sociedade machista em que dita e que "proíbe" que as pessoas se emocionem. Ou mais, que admitam que chorou (publicamente) ouvindo um música, poesia, vendo um filme, uma peça de teatro ou olhando uma paisagem.

Um dia um saudoso professor me falou que eu tinha o dom de convencer as pessoas pela boca e pelos pés. Isso, naquela época, era se referindo as lábias que eu lançava com as paqueras da época ou com os professores. E com relação as pernas, era por causa da bola que eu jogava. Aliás, ainda jogo (kkkk)

Curiosamente, esse professor, que era de português, não imaginaria que um dia eu teria "o dom" de convencer as pessoas (e de produzir emoção) com um teclado de computador. Feliz estou pq tive a chance de ouvir palavras em que massageavam o meu ego. Mesmo naquele pequeno universo colegial.

Voltando ao choro, ou melhor, ao assunto, passei quase um ano tentando chorar. Sabe quando a gente sente a vontade e não sabe de onde vem? Isso acontece vez em quando comigo. Normal! Talvez o universo esteja querendo que eu (e outros tantos que sofrem com esse mal) troque o filtro do meu corpo, por um mais limpo, no momento em que despejo alguns lágrimas em harmonia com a natureza.



"Será que todos somos estrelas perdidas
Tentando iluminar a escuridão?"


Falando de energia... Energia trocada é sempre boa: seja em uma relação sexual, em um aperto de mão ou em um abraço sincero. E como faz falta ao corpo essas relações, não?

Chore, se emocione e não ligue para o que falam. Quem sabe dos seus planos, da sua força e da sua vida é você.

Engraçado é que quando eu recebi o retorno de alguns leitores, me dizendo que se emocionaram com o que leram, eu tinha ouvido mais uma frase em que me deixou caído como um atacante que já não tem forças para suportar aqueles minutos finais de uma partida. Mas como toda pessoa que procura o bem e sempre pratica ações positivas, leitores que eu nunca saberei das suas vidas me fizeram levantar e aguentar "a luta" de novo.

Cada um que agarre o seu leme e siga na sua luta ou na sua emoção.

Boas vibrações!

Em tempo: essa música já me emocionou e me fez chorar simplesmente pela poesia e harmonia.

Música: Lost Stars - Gregg Alexander