sábado, 23 de abril de 2016

Álbum





Lembro, ainda adolescente, que eu tinha o sonho e "adoraria" conhecer e ter amizades com os meus ídolos. Fato normal para a idade e os sonhos de um jovem imaturo e sonhador. O tempo foi passando e com ele a vontade foi diminuindo. Engraçado, não? Tudo fruto do meu medo da desconstrução de tudo aquilo que "eu juntei com o meu esforço" imaginário.

Alguns ídolos eu tive o prazer de dar um alô, de apertar as mãos e trocar umas ideias. Outros, cheguei perto. Mas a distancia de uns ou a proximidade com outros sempre me assustou da mesma forma.

Os dias foram passando e aquele adolescente começou a se retrair ainda mais: na mesma velocidade em que se assustava com o comportamento de vários personagens com que tive o desprazer de conviver, e o prazer de me afastar. Se bem que vale o ditado: "o que não te mata, fortalece."

O processo de destruição de uma imagem sempre me chamou muito a atenção. Funciona com um álbum de figurinhas que a gente já começa (na vida) com ele completo: repleto de amigos, parceiros, amores, colegas, orgulhos e imagens que irão ficar "para sempre", durantes o sempre que durar. O ruim é que, esse "sempre" é muito passageiro e não é para sempre! Sempre acaba.

Assim como completar o álbum (no caminho certo da vida) é interessante, administrar as perdas (das figuras dos álbuns) também é.



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