Seguindo a estrada...
Fui passar alguns dias em uma praia famosa do
litoral sul de Pernambuco. Nela, me lembrei de uma resenha que encontrei: por
acaso (será?), em algum lugar (e não lembro onde). Só sei que ficou na minha mente e
não tinha como não ir atrás para refletir sobre.
O lugar? Praia. O assunto? A(s) “onda(s)”.
Um "onda" é para muitos algo
interessante: basilar e guia de atitudes e maneiras de enxergar a vida. Não
concordo e nunca gostei de pautar a minha estrada por "ondas". Também
não estou aqui para dizer nada que desabone para quem gosta de “surfar” sobre
ondas (na vida real) ou, em muitos casos (o que é pior), se colocar como a
própria onda. Só não concordo e nunca indicaria ninguém para se posicionar ou se
apoiar em um alicerce tão raso e sem segurança.
E foi nessa remanda que fiquei por alguns minutos
(não sei se por minutos ou horas) olhando por um tempo, as ondas que se
formavam e terminavam na beira mar de onde eu estava. Uma simples forma de analisar a palavra, sentido e até mesmo me situar com a, literalmente, onda.
Interessante é que nenhuma das ondas que por alí eu
observava me chamou a atenção. Todas: se formavam, se fortaleciam e morriam na
beira da praia. Nenhuma, naquele período, marcou ou estabeleceu uma sintonia interessante. Apenas pela beleza e barulho relaxante me deixaram por um longo período atento. Mas não é nesse sentido que estou pegando como "forma" e sim no estrito senso da palavra e maneira de levar a vida ou estabelecer conteúdo. Qual conteúdo?
Não dá para comparar os ciclos das ondas do
mar com a vida de ninguém. Aliás, morrer (chegar ao fim) é a única
coisa que temos em comum com elas. Faz parte. É um caminho que não temos como
evitar.
E qual a necessidade daquelas ondas naquele
momento? Eram rápidas, rasteiras e sempre morrendo na beira da praia. Repito: nenhuma
era tão diferente da outra que me chamasse a atenção. Não que ser
diferente seja algo valioso ou que defina algo. Apenas encontrei um
parâmetro neste ponto e me lembrei o quanto iguais as pessoas tentam ser. Todo
mundo é igual em diversos pontos e o diferente (é diferente) e se
torna um algo fora dos padrões. Que padrões?
Acho que é porque "as ondas" são e serão
sempre o que lhes foram designados pela mãe natureza. Nada além! E nem por isso
deixam de ser interessantes. Apenas compõem o cenário e descrevem uma
composição já escrita e estipulada.
Nunca se colocar como "uma onda" é uma
lição mais do que importante. É saudável. E o caminho contrário é iniciar
um ciclo vicioso e que vai terminar no mesmo lugar: sem sal e sem
açúcar.
Marcar alguém como "uma onda" e
"eternizar" momentos, pessoas, amizades, amores, ou algo que
se classifica como uma situação agradável, é rasteiro e sem raízes. Neste
sentido, algo está errado: ou nas relações com o que se adjetiva ou, o pior, o problema
está na própria ação. E é bom lembrar que quem dirige é responsável pelo caminho.
Simplesmente por esse termo ser tão superficial
quanto alguns momentos das nossa vidas, em que apenas lembramos como algo
simplório, algo sem importância: “uma onda”. Fica nisso apenas. Flutua em águas
perenes comuns.
Melhor do que a “onda”, é ver o que faz sentido no
mar. O contexto é muito maior. Naquele momento me chamou mais a atenção a força
dos ventos que direcionavam “as ondas”, barcos, nuvens e afins.
Assim deve ser na vida. Não deixar que “a
onda” nos leve. As oportunidades são poucas: no amor, no trabalho, no
dia a dia com os amigos e em momentos de contemplação e êxtase.
Ficar a mercê de uma “onda” ou apostar que temos
que estar no momento certo e na hora certa não foi e nunca será uma boa
estratégia. Correr e buscar "o algo" que pode ser a diferença na sua
vida é o mais interessante: é fundamental.
Que bons ventos guiem nossas direções. E para quem
prefere as ondas: que boas ondas te encaminhem. Neste caso, será? :(
Sem dia e nem hora para postar. Até a próxima!
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