quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

A história se repete...





Uma semana digna de filme de terror aqui em Recife. A chuva chegou com tudo e ventos que dariam para lembrar, embora muito de longe, a minha querida Porto Alegre. Recife nem precisa ter nada para atrapalhar. Ela, sozinha, já se atrapalha e cativa quem convive nos seus problemas. Quanto mais erros, mais amor.


Mudando de assunto... E falando de erros...
 
 
Como é "interessante" que as histórias se repetem de uma forma que a gente não tem ideia, não? Um dia desses (e por acaso) ouvi uma história de um rapaz (que ao longo dos seus vinte e poucos anos) falou uma frase, para uma terceira pessoa, que me chamou a atenção: "Tudo que eu faço dá errado, fulana!"

"Conhecendo" um pouco o garoto (de longe) e suas histórias ("não tão boas assim"), fiz erradamente um conceito do que seria o perfil do cidadão. Fazer um perfil de qualquer pessoa é um desafio quase impossível. E imaginem de longe, sem conviver?

De de cara, ao ouvir a história sobre a frase do rapaz, percebi o quanto eu, naquela época, tinha errado em fazer uma ideia negativa do garoto. Mesmo percebendo algumas atitudes de comportamento que não iriam ao encontro do que eu achava normal para a sua idade. Já eram problemas (dentro dos problemas) gerados dentro do seu lar.




Me lembrei de outro caso. O de um outro jovem, hoje adulto, que cresceu ouvindo negativas. Se o cara queria fazer qualquer coisa, ele ouvia um "NÃO"! Se tinha um projeto..."Não DÁ"! Se queria fazer algum curso... "Você NÃO tem capacidade"!

Ser pai e mãe requer muito mais do que um encontro sexual entre duas partes. E diria até que, nos casos de adoção, uma espécie de curso intensivo, durante muitos anos, deveria ser obrigatório. Algo que explorasse psicologia, psiquiatria, filosofia e um longo debate com jovens e observações de comportamentos de crianças carentes. Não como ocorre no Brasil. Longe disso...


"Quem vê mediocridade em si mesmo já deixou de ser."


A tecnologia tomou conta das famílias e as famílias ainda não tomaram conta de seus próprios passos.

Fazendo um traçado entre os dois casos (mais do segundo com o primeiro, do que o do primeiro com o segundo), percebi que o problema não estava (ou está) no(s) garoto(s). O problema está com quem tinha, ou tem, a "rédea" da situação. 

Educar com limites é diferente de doutrinar uma pessoa a imaginar que ela não tem capacidade, e que tudo que ela tocar vai virar alguma coisa ou fato errado. A conta não demora para chegar. E quando chega... Vem muito cara.

A prevenção é sempre importante. Remediar é sempre mais caro em todos os sentidos. O que se "economizou" de tempo e de dinheiro, com o "chato" e "incompetente" garoto, vem como um tsunami para dentro do que achamos que seja um lar. Ou o que era...

De uma hora para outra não se constrói uma imagem ou percepção de amor ou se destrói os monstros de outra época. O mesmo tempo que levou para chegar no ápice do problema, não será o mesmo para desenvolver novas e boas percepções. Amor se constrói: não se compra, não se vende e não se acha na esquina. E olhe lá, quando aparece... E se acabar, lascou!

Não defendo o "sim" pelo "sim" na educação de ninguém. É indicar os caminhos e fazer valer as bases de um bom caráter. Indicar o caminho e afirmar que tudo pode: basta ter vontade, querer e trabalhar as competências para o objetivo.

Ah! Cuidado com os ditos amigos da família. Discursos utópicos podem gerar uma falsa indicação de caminho. Ninguém diz a verdade ou quase tudo. E na hora... Não era bem assim. Faça o seu caminho sem referências de terceiros. Confie na educação que você recebeu e repasse da forma que os jovens de hoje entendem.

Para quem não segue o caminho...

Psicólogos, psiquiatras e medicamentos estão aí para quem quiser provar: são caros! E em muitos casos não são tão bons. É preciso ter sorte e paciência. O tempo vai ser um aliado e ao mesmo tempo o "chato" do momento para os pais ou responsáveis que não tiveram paciência e competência no passado.

Que o garoto do primeiro caso tenha sorte de encontrar os melhores caminhos para si. Sorte mesmo! E eu vou acompanhar de longe, (infelizmente) como sempre.

Em tempo: ainda não sou pai.

Bom carnaval para todos!

Nenhum comentário:

Postar um comentário